Meu amigo gay é quase o homem que toda mulher gostaria de ter: lindo de viver, ele é tudo de bom!
Profissão perfeita, cabelereiro e maquiador, ele ainda é famoso. Vive nos melhores eventos Rio/SP, aniversários de famosos, campanhas, super baladas e programas de TV, revistas, viagens dos sonhos. Sabe tuuudooo de maquiagem, tinturas, moda, malhação, o que vale a pena comprar, o que não presta! E ainda me enche de produtos e maquiagem antes mesmo de serem lançados! Mas me diz, sem o menor escrúpulo, que aquela saia (horrorosa), que eu adoro, é brega. E me proibi de usá-la em público! (e eu obedeço prontamente)
E mesmo com esta fama toda que vem conquistando profissionalmente, segue meu companheiro, gosta de discutir a relação – a dele, a minha e a dos outros –, é verdadeiro e sensível. exprime sentimentos de forma mais livre que meus amigos heterossexuais e, muitas vezes, até que minhas amigas. Me ajuda a entender o fantástico (e confuso) mundo masculino, afinal é homem e ainda se relaciona com eles.
Ele faz críticas com a mesma sinceridade que me elogia, e sabe que a ele eu escuto. Sua franqueza e liberdade é tanta que já fui detonada de Joelma (do Calypso), quando o traí com outra cabelereira, e a vingança foi maligna, a minha e a dele, fui deixada uns dias morena, mas encontrei na balada um ex que adorou o visual - ele nunca consegue me deixar passar em branco - mesmo quando esta era sua intenção. Já sofri quando estava com uns quilinhos a mais, aprendi com ele, que quando certas “amigas” te chamam de “gostosa” é porque você está gorda, se estiver bem, ninguém te fala nada (guarde isto, é fato!). Já chorei sendo chamada de “panpacat encolhida” (= marombada baixinha) quando ele me viu grandona de tanto malhar e comer, e aprendi que malhar não significa poder comer livremente, e que sou baixinha para ser malhadaça.
Compra qualquer briga por mim, e adoro como ele chama de “bicha enrrustida" - baseado em um argumento que só ele poderia ter criado - os caras que me enrolaram, enquanto não queriam nada comigo: “o cara pode até não ser gay, mas que agiu com você como uma bicha, isto é inegável!” (adooorooo isto)
Já tivemos tantos momentos maravilhosos juntos. Alto astral, ele é daqueles que topa qualquer programa – até almoço em família, sentadinho ao meu lado ainda –, show de rock que ele conseguiu ingressos VIPS porque lembrou que eu amava a banda (coisa que nenhum homem hétero fez por mim). PS: fui escovada e maquiada para um evento de roqueiros e ex-grunges, e fiquei ouvindo o show inteiro do Pearl Jam: “tu jura que gosta disto mana?! O show da Beyncé é bem melhor” (risos)
Mas o que mais amamos mesmo, são nossos banhos de sol no terraço, jantar polenta da Mary, assistir DVDs, bater perna por aí, e o que intitulo “brincadeira de boneca”, onde ele arruma meu cabelo, faz uma super maquiagem, dá pitaco na roupa, sapato e acessórios, e ainda escuto: “se não sou eu, você sai parecendo a Lady Gaga ( só que pobre)” (muitos risos)
Este
é um pouquinho do cotidiano de uma mulher que tem um amigo gay. Ele sempre será seu amigo de
verdade, levantará a sua
auto-estima ou te dará a real, e terá paciência
para ouvir suas lamúrias, não por ser gay, mas por amar você. Se
você for capaz de enxergar as coisas além do preconceito, conquistará outro
nível de amizade, diferente de qualquer outro relacionamento.
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